Violência contra mulheres cresce 19% em 5 anos, diz pesquisa
Dados foram divulgados pelo Instituto Igarapé
São José dos Campos (SP), quinta-feira, 21 de março de 2024, por Marcos Eduardo Carvalho – As chamadas violências não-letais contra as mulheres tiveram um aumento de 19% em quatro anos, durante os períodos compreendidos entre 2018 e 2022. Isso é o que mostra uma pesquisa realizada pelo Instituto Igarapé, em parceria com a Uber, e divulgada nesta quinta-feira (21).
Além disso, a violência contra a mulher já subiu 92% em relação à última década. De acordo com o Instituto Igarapé, para somar as estatísticas, foi preciso pegar os dados dos sistemas de saúde do país e, também, dos órgãos de segurança pública.
Desta maneira, o levantamento se deu totalmente através dos órgãos oficiais, o que dá também mais confiabilidade. Esses casos incluem casos de violência patrimonial, moral, física, psicológica, sexual, entre outras.
Violências diversificadas contra a mesma mulher
Ainda pelo levantamento divulgado pelo Instituto Igarapé e cruzando dados, é possível que uma mesma mulher tenha sofrido mais de um tipo de violência. Inclusive, se constatou que as mulheres negras são a maioria entre as que sofreram algum tipo de agressão não-letal.
Pelo levantamento, se aponta que 52% das mulheres vítimas de agressões em 2018 eram negras. E esse número subiu para 56,5% em 2022, ainda de acordo com a pesquisa.
Embora a pesquisa fale da violência não-letal, também cita o feminicídio. No caso, em 2018, representou 27% das mortes violentas contra as mulheres. Já em 2022, isso subiu para 35%.
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Casos patrimoniais crescem
Os casos de violência patrimonial, quando o parceiro pega o dinheiro da vítima ou acessa as contas bancárias, subiu 56,2% em quatro anos. De acordo com o Instituto Igarapé, inclusive, esse tipo de violência foi o que mais cresceu contra as mulheres.
Em 2022, a cada 100 mulheres, seis delas sofreram esse tipo de problema, batendo recorde histórico. A taxa começou a ser constada em 2009.
Depois, os casos de agressão sexual ficaram em segundo lugar, com 45,7% no total. Ou seja, duplicaram em relação à década passada.
A pesquisa ainda destacou aumento de 23,2% dos casos de agressão psicológica entre 2018 e 2022. E os companheiros ou ex-companheiros aparecem com os agressores principais contra elas.
Por fim a violência física aparece em 53% dos casos, um aumento de 8,3% em quatro anos. Em 2022, se registrou 140 mil ocorrências, média de uma a cada 16 horas.
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